O Estado do Paraná alcançou 13,6%* da meta de reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna. A meta foi estipulada durante a Assembleia Geral da ONU, em 2000, onde foram definidos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM.
Essa é a meta com o pior resultado e será um grande desafio alcançá-la. Com o objetivo de incentivar o alcance do ODM 5 – Melhorar a saúde materna, o Movimento Nós Podemos Paraná – articulado pelo Sesi no Paraná com o apoio de diversas instituições paranaenses – incentiva a realização de ações e projetos, especialmente, no dia 28 de maio – Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.Um dos exemplos positivos de instituições do terceiro setor que estão fazendo a sua parte para o alcance do ODM 5, é o Gesta Maringá.
O grupo, criado em 2005, para orientar gestantes sobre os benefícios do parto normal e amamentação foi idealizado pela doula, educadora perinatal e mãe de 3 filhos, Patricia Merlin. No início, o grupo era online e depois os encontros passaram a ser presenciais.
“Durante muito tempo o grupo existiu somente em Maringá e Londrina. Reuníamos as mulheres em espaços onde pudéssemos sentar e falar do desejo de ter um parto normal e de amamentar e como conseguir isso, já que nosso sistema obstétrico não é favorável ao parto normal”, destacou Patricia. Hoje o Gesta já está presente em Curitiba, Cascavel, Toledo, Pato Branco, Prudentópolis, além de Brusque, Itajaí e Indaial (SC).
Os encontros são gratuitos e, em Maringá, acontecem duas vezes ao mês. Além dos encontros, o grupo também promove ações como exposição fotográfica e manifestações públicas como o Mamaço – mulheres se reúnem para amamentar os seus filhos em espaços públicos.
“Os encontros são informais: um bate papo entre os participantes, mediado pelas coordenadoras de cada núcleo regional e incrementado com vídeos, indicação de leitura, relaxamento e, eventualmente, a participação de outros profissionais”, disse Patricia.
Os assuntos abordados seguem os fundamentos da Rede Parto do Princípio, sendo alguns deles: incentivo ao parto normal e natural, ao trabalho de enfermeiras obstetras, parteiras e doulas e incentivo ao aleitamento materno exclusivo até 6 meses e misto até 2 anos ou mais, entre outros.
Segundo Patricia, em Maringá, por exemplo, as taxas de parto normal do grupo superam 60% e em Curitiba, 87%. “Estes números são importantes quando se fala em redução da mortalidade materna, pois o parto normal é mais seguro do que a cesárea”, destacou.
“O cidadão é peça chave desse processo de redução da mortalidade materna, pois precisa conhecer os seus direitos para então exigir seu cumprimento e fazer valer a sua vontade. Sob outro foco, a sociedade como um todo tem responsabilidade com as mulheres, devendo proporcionar mais espaço para as trocas de saberes e o incentivo aos processos naturais do corpo, além de não ser a responsável pela perpetuação de ideias de falsa segurança na tecnologia, como acontece com as cesáreas e a amamentação artificial”, disse Patricia.
*Dados disponíveis em: www.portalodm.com.br.
ODM
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM foram definidos em 2000, durante a reunião de cúpula da ONU, onde líderes de 189 países assinaram um pacto para eliminar a fome e extrema miséria até 2015. São oito objetivos que abrangem as áreas de geração de renda, educação, gênero, saúde e meio ambiente.
Artigo escrito pela equipe do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI-PR, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.
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